sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma palavra à juventude - D. Bosco

As inquietações e as angústias do jovem Magone, por um lado, e, por outro, a maneira franca e resoluta com que ele ajustou as coisas da sua alma, oferece-me ocasião para sugerir a vós, queridos jovens, algumas lembranças que creio serem muito úteis para as vossas almas. Tende-as como penhor de afecto de um amigo que deseja ardentemente a vossa salvação eterna.
Em primeiro lugar, recomendo-vos fazer tudo o que puderdes para não cair em pecado, mas se, por desgraça, vos acontecesse cometer algum pecado, nunca vos deixei induzir pelo demónio, omitindo-o em confissão. Pensai que o confessor tem, da parte de Deus, o poder de vos remeter toda a qualidade e todo o género de pecados. Quanto mais graves forem as culpas confessadas, mais ele se alegrará no seu coração porque ele sabe que a misericórdia divina é tão grande que, por meio dele, vos oferece o perdão, e aplica os méritos infinitos do precioso sangue de Jesus Cristo, com que Ele pode lavar todas as manchas da vossa alma.
Jovens, (meus), recordai-vos de que o confessor é um pai, que deseja ardentemente fazer-vos todo o bem possível, e procura afastar de vós todo o tipo de mal. Não temais perder a sua estima confessando-vos de coisas graves, ou que ele venha revelá-las a outros. Isto porque o confessor não pode servir-se de nenhuma notícia tida em confissão para nenhum ganho ou perda do mundo. Mesmo que tivesse que perder a própria vida, não diz, nem pode dizer a quem quer que seja, a mínima coisa que tiver ouvido em confissão. Pelo contrário, posso assegurar-vos que quanto mais sinceros fordes e tiverdes confiança nele, ele acrescerá a sua confiança em vós e estará cada vez mais em grau de dar-vos aqueles conselhos que lhe pareçam mais necessários e oportunos para as vossas almas.
Quis dizer-vos estas coisas para que não vos deixeis nunca enganar pelo demónio, calando, por vergonha, algum pecado em confissão. Eu vos asseguro, caros jovens, que enquanto escrevo, me tremem as mãos pensando no grande número de cristãos que vão para a perdição eterna só por terem calado ou não terem exposto sinceramente certos pecados em confissão! Se algum de vocês, revendo a vida passada viesse a lembrar algum pecado voluntariamente omitido, ou se tivesse apenas uma dúvida acerca da validade de alguma confissão, gostaria de lhe dizer: Amigo, por amor de Jesus Cristo, e pelo sangue precioso que Ele derrama para salvar a tua alma, peço-te que ajustes as coisas da tua consciência da primeira vez que te fores confessar, expondo sinceramente como te daria pena que te encontrasses em ponto de morte. Se não sabes como exprimir-te, diz somente ao confessor que tens alguma coisa que te aflige na vida passada.
Para o confessor, isto é suficiente; segue apenas o que ele te diz e depois, fica com a certeza de que tudo ficará ajustado.
Ide com frequência encontrar o vosso confessor, rezai por ele, segui os seus conselhos. Quando tiverdes feito a escolha de um confessor que entendeis que é adequado às necessidades da vossa alma, não mudem mais sem necessidade. Enquanto não tiverdes um confessor estável, no qual tendes toda a vossa confiança, far-vos-á falta o amigo da alma. Confiai também nas orações do confessor que, na santa missa, reza todos os dias pelos seus penitentes, para que Deus lhe conceda fazer boas confissões, perseverar no bem; rezai também vós por ele. (...)
Aqui disse estas poucas palavras que, me parecem úteis, no Senhor, para as almas da juventude, a cujo bem quero consagrar todo o tempo que o Senhor Deus aprouver deixar-me viver neste mundo.

Giovanni Bosco

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